terça-feira, 3 de maio de 2011

"Quero fazer uma acusação contra o Islã político em nome das mulheres lapidadas da Nigéria, do Paquistão, do Iraque e também do Irã”.

“Quero fazer uma acusação contra o Islã político em nome das mulheres lapidadas da Nigéria, do Paquistão, do Iraque e também do Irã”. De forma contundente, sem meias palavras, Mina Ahadi abriu painel “Democracia, liberdade e direitos humanos”, o primeiro do “2º Fórum Democracia e Liberdade”, promovido na Faap pelo Instituto Millenium.
 
A ativista iraniana conhece bem a violência do regime iraniano. Ela tinha 19 anos quando começou a se envolver com política e participar de passeatas que questionavam o regime que começava a se delinear. Em razão disso, foi perseguida, condenada à morte à revelia, teve o marido executado e, obrigada a deixar o país, vive na Alemanha desde 1996. “Não imaginava que aquelas ações fossem ter tantas conseqüências para a minha vida”, disse.

De acordo com Mina, uma das primeiras medidas do poder islâmico que se estabeleceu no fim dos anos 1970, foi obrigar as mulheres a usarem o véu.  “O véu é uma praga criada pelo Islã. Primeiro rebaixa-se a mulher com o uso do véu; depois, quando ela se nega a utilizá-lo, vem a ameaça de apedrejamento”. Segundo a ativista, muitos amigos foram executados naquele período. As amigas, antes de mortas, foram violentadas. “Para que não fossem para o paraíso”.

Segundo Mina foi naquele momento que ela começou a perceber a diferença entre o que acontecia no seu país e a visão dos meios de comunicação ocidental. “Fazíamos uma revolução contra a ditadura, não era uma Revolução Islâmica, e eu escutava na BBC que o líder era o Khomeini. Nosso movimento nada tinha  a ver com ele”, afirmou.

Ela utiliza esse exemplo para chamar a atenção para o que considera um equívoco propagado pela mídia: o relativismo cultural que insiste em dizer “que eles são diferentes”, como forma de justificar determinadas práticas. “Nós somos seres humanos. Sakineh (iraniana que corre o risco de ser apedrejada) é um ser humano do século XXI.”

Quando vi pela primeira vez uma cena de apedrejamento pensei: quando a opinião pública tomar conhecimento sobre isso vão parar as fábricas. Mas percebi que não é bem assim. “Tenho 54 anos, rodei o mundo inteiro  e percebi uma questão importante:  os governos têm interesses próprios,  os líderes dos EUA e da Alemanha ajudaram o Islã político na luta contra a URSS e a esquerda, mas os seres humanos falam com o coração, sempre consegui apoio deles”, afirmou.

Essa constatação não a faz desistir do apoio político. “As redes sociais mostram que nem todos são favoráveis ao regime de Ahmadinejad. É preciso apoiar as pessoas que participam desses movimentos de luta”, disse. “Eu gostaria de falar com o governo daqui para ajudar os seres humanos contrários ao apedrejamento.” Mina aguarda a resposta da solicitação de uma audiência com a presidente Dilma Rousseff.

Fonte: Exame

Clique aqui e siga o De olho na Jihad no Twitter   

A cópia das notícias aqui vinculadas é livre, já que em grande maioria não são de nossa autoria. Os textos de nossa autoria passarão agora a serem classificados como “Editorial”. Portanto, por questão de justiça e honestidade intelectual, pedimos que ao copiar nossos textos cite-nos e também cite a fonte na qual coletamos as informações.

0 comentários:

Postar um comentário

Termo de uso

O Blog De Olho na Jihad não se responsabiliza pelo conteúdo dos comentários e se reserva o direito de eliminar, sem aviso prévio, os que estiverem em desacordo com as normas do site ou com as leis brasileiras.

As opiniões expostas não representam o posicionamento do blog, que não se responsabiliza por eventuais danos causados pelos comentários. A responsabilidade civil e penal pelos comentários é dos respectivos autores. Por este motivo os que comentarem como anônimos devem ter ciência de que podemos não publicar ou excluir seus comentários a qualquer momento.
Se não tiver gostado, assine, ou não comente e crie seu próprio site e conteste nossas informações.

Ao comentar o usuário declara ter ciência e concorda expressamente com as prerrogativas aqui expostas.

A equipe.

Share

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More