terça-feira, 17 de maio de 2011

O Papa e o Terrorista


*por Shimon Samuels
Notícias da Rua Judaica
13.05.2011

Memórias durante esta momentosa semana retornaram para tempos atrás quando o Centro Simon Wiesenthal, em meio a um número cada vez maior de atentados suicidas - lançou uma campanha para a aprovação de um projeto de Convenção para a criminalização do terrorismo suicida.

Foi quando o apoio do Papa João Paulo II foi solicitado para o reforço moral imperativo da iniciativa. Em uma audiência no Vaticano alguns meses antes da sua morte, o pontífice já frágil, aprovou o documento através do seu anel papal. Na manhã seguinte ele repetiu a uma delegação muçulmana a sua admoestação para nós: "Ninguém tem o direito ou o pode usar o pretexto de tirar uma vida humana em nome da uma divindade".

A Convenção-chave foi adaptada e teve origem no Tribunal de Nuremberg em 1946, pelo qual existe o princípio da responsabilidade vertical de oficiais militares pelos atos ilegais dos seus comandados e vice-versa, e assim como de baixo para cima na cadeia de comando.

Pela nossa nova iniciativa e documentação seria aplicado o conceito de terrorismo como uma cadeia horizontal de cumplicidade, e assim criminalizando todos os seus patrocinadores: aqueles que inculcam e pregam, que recrutam, treinam, armam, financiam, abrigam e glorificam os assassinos.

Estamos focados no "terrorismo suicida" como a forma mais onerosa em termos de vida humana, um fenômeno cada vez mais global - incluindo alvos por todo o mundo muçulmano - e uma distorção dos valores religiosos da santidade da vida humana para uma cultura da morte.

O então ministro de Relações Exteriores da Turquia e agora o seu presidente, Abdullah Gül, aprovou em particular o documento, mas se recusou a dar seguimento. O Parlamento australiano aprovou uma resolução a favor. Se a Convenção tivesse sido ratificada os cúmplices da cadeia de terror poderiam ser julgados em outras jurisdições além das suas próprias.

Na situação atual os sete iranianos procurado pela INTERPOL por causa das bombas explodidas em 1994 contra o Centro Judaico AMIA na Argentina ficam em segurança em suas casas ou se sentem livres para viajar através do mundo muçulmano com total impunidade.

Os acontecimentos desta semana, talvez, possam colocar os patrocinadores globais e facilitadores do terrorismo em sobreaviso - de Ahmadinejad até Nasrallah, de Al-Awlaki até Al-Quaradawi. Eles deverão entender nestes dias históricos, que a busca da justiça é inexorável. Simon Wiesenthal afirmou que "não pode haver impunidade para assassinatos em massa ou para o terrorismo, nem prazos para o julgamento dos seus autores".

A beatificação do Papa João Paulo II que com sua mão trêmula pressionou o seu anel pontifício como um selo de aprovação em nossa Convenção. Por somente esta bênção ele merece a Santidade.

Bin Laden não está mais aqui, mas suas sementes permanecem dormentes. Que possam continuar a serem natimortas.


O Dr. Shimon Samuels é Diretor de Relações Internacionais do Centro Simon Wiesenthal, em Paris na França.
Fonte: FIRS via @pletz


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