sábado, 16 de abril de 2011

Cristãos querem sair do Egito após a "revolução"

Reportagem do jornal Al-Masry Al-Youm mostra que vários cristãos coptas planejam sair do Egito, por causa da ascensão de grupos islamitas radicais, como os salafistas e o próprio Irmandade Muçulmana.

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Naguib Gabriel, um proeminente advogado copta e diretor da Federação Egípcia de Direitos Humanos, disse que seu escritório havia recebido pelo menos 70 ligações por semana de pessoas querendo saber como podem emigrar.

"Todo dia as pessoas vêm até mim e perguntam como eles podem chegar às embaixadas americanas ou canadenses. Eles estão insistindo em sair do Egito, porque os riscos de ficar aqui são muito grandes", disse Gabriel.

"Estamos em uma encruzilhada", acrescentou. "Muitos cristãos têm medo do futuro por causa dos fanáticos nas mesquitas".

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"As questões agora são piores do que no passado", disse Gabriel. "No passado houve problemas, mas havia longos períodos entre eles. Mas após a revolução, a cada dia estamos vendo coisas novas".

Mamdouh Nakhla, um advogado copta, disse que seu escritório estava falando para cerca de 150 pessoas por mês que estavam planejando deixar o Egito por causa da situação política. Alguns eram muçulmanos, ele disse, mas a maioria eram coptas que se sentiam preocupados com as perspectivas de um governo dominado pela Irmandade.

"Eles querem sair para países onde há liberdade de religião", disse Nakhla.

De acordo com ambos, Nakhla e Gabriel, a maioria das pessoas que pretendem emigrar quer ir para o Canadá, onde há uma grande população copta, em torno de 50.000. A Embaixada do Canadá no Cairo disse que não poderia revelar quantos egípcios tinham pedido visto para lá desde o início do levante.

Mas Sam Fanous, que dirige uma empresa que ajuda os egípcios a emigrar e se estabelecer no Canadá, disse que no mês passado seu escritório havia sido "bombardeado" com pedidos de coptas que queriam ajuda para deixar o país.

"Eu tenho pessoas que vêm ao meu escritório em Cairo até meia-noite. Muitas vezes eu digo ao meu assistente para desligar os telefones, porque temos muitas pessoas ligando", disse ele. "A maioria das pessoas querem emigrar. Alguns perguntam sobre o asilo, mas eu explico que não podem obter o estatuto de refugiado do Egito".

Fanous disse que a maioria das pessoas que vêm a ele eram profissionais bem sucedidos.

"Alguns querem ir e não voltar. Alguns querem levar suas famílias e, em seguida, voltar até que se chegue a hora de sair", disse ele.

Mas ele também disse que havia uma diferença de atitude entre os coptas mais velhos que ele tinha falado e as gerações mais jovens.

"Os jovens querem lutar. Eles estavam na Praça Tahrir, e eles não estão tão assustados como as gerações mais velhas", disse ele.

Nada Rafik, uma copta de 21 anos de idade, do Cairo, disse que desde a revolução de sua mãe vinha fazendo planos para mudar com a família para o Canadá.

"Minha mãe vem tentando obter um passaporte canadense no ano passado, mas desde a revolução ela vem dizendo, 'vamos tentar conseguir este feito rapidamente'", disse Rafik.

Rafik, um analista financeiro, disse que ela também iria pensar em sair, mas só se a situação ficasse muito pior. Por enquanto, ela ainda incorpora alguns dos otimismos da revolução.

"A geração mais velha está mais assustada do que nós", disse ela. "Eles viveram com Mubarak por 30 anos e estão acostumados com ele. Agora eles estão com medo, porque eles veem a mídia egípcia falando sobre a Irmandade Muçulmana tomando controle, mas eles não veem o outro lado realmente".

Fonte: AlMasry AlYoum / Tradução Mente Conservadora

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